Austrália quer acabar com exportação de resíduos de plásticos e outros materiais
Os líderes do Governo australiano concordaram na semana passada em estabelecer um cronograma para a proibição das exportações de plástico usado e outros materiais, que neste momento são enviados para vizinhos regionais, incluindo a Indonésia, a Malásia, a Tailândia e o Vietname.
Líderes federais, estaduais e territoriais concordaram numa reunião na cidade de Cairns, na Grande Barreira de Coral, para incumbir os seus ministros do Meio Ambiente de estabelecer um cronograma para acabar com o descarte transfronteiriço de resíduos de plástico, papel, vidro e pneus.
A eliminação de resíduos tornou-se um problema cada vez mais importante desde 2017, quando a China, anteriormente o seu principal destino, barrou as importações de quase todos os resíduos plásticos do estrangeiro.
Os líderes australianos concordaram que a estratégia deve ser de reduzir os resíduos, especialmente os plásticos, diminuir a quantidade de resíduos depositados em aterros sanitários e maximizar a capacidade do setor de coleta, reciclagem, reutilização, conversão e recuperação de resíduos na Austrália, segundo um comunicado emitido após a reunião.
O primeiro-ministro, Scott Morrison, disse que apenas 12% do lixo que os australianos colocam nos caixotes foi reciclado.
"Não haverá exportações de plásticos, papel e vidro para outros países onde se corra o risco de acabarem a flutuar nos nossos oceanos, seja na Grande Barreira de Corais - o que sabemos que há fortes evidências disso - ou em qualquer outro lugar", disse Morrison.
Morrison adiantou que quer que a proibição de exportação seja implementada assim que possível e não espera que a mudança demore anos.
A Austrália gasta 2,8 mil milhões de dólares australianos (1,7 mil milhões de euros) por ano para exportar 4,5 milhões de toneladas métricas de resíduos recicláveis, dos quais 80% são enviados para portos asiáticos.
Ambientalistas protestaram do lado de fora do consulado australiano na cidade de Surabaya, na Indonésia, contra o envio para a Indonésia de toneladas de resíduos plásticos e papéis provenientes da Austrália, que são enviados para a Indonésia, queimados e despejados em cursos de água, segundo os ambientalistas.
Fonte: Agência Lusa